segunda-feira, 26 de março de 2007

errando sempre

B. leu antes do tempo e não consegui desenvolver o que eu estava pensando: era assim... muitas pessoas me escrevem e gostam de me chamar pelo nome, saberem que se trata de uma pessoa de verdade. claro que todos os textos são escritos por pessoas de verdade. mas é uma inversão. tenho amigas que trocaram definitivamente de nome. escritoras, deixaram de ser elas para serem estas. é uma opção. devem estar certas. de qualquer maneira, por um tempo (porque tudo é por um tempo), vou seguir o caminho contrário. se não gostar, volto tudo como era antes. pode ser também uma tentativa de me auto-afirmar. Se for, será apenas mais uma porque eu faço isso desde que nasci e até agora parece que a coisa não funcionou.
eu sou dessas pessoinhas que fazem tudo para chamar a atenção, mesmo quando parece aos outros o contrário. sempre foi assim. a opção pelo blog aberto à leitura de todos não deixa de ser uma forma de exibicionismo. todo mundo que escreve num blog ou numa home page está se exibindo. se não fose, escreveria no word. mas é normal: temos essa necessidade avassaladora dos quinze minutos de fama. e o pior é que funciona mesmo rs.
antes, quando eu escrevi que ia casar com a caixa do super mercado ou a empacotadeira das casas bahia (em homenagem aos mamonas assassinas) ou a garçonete da pensão eu estava só fazendo um exercício de exibicionismo porque elas não me satisfazem, como não me satisfez a médica, não me satisfez a física, não me satisfez a psicanalista, nem a erdutita nem a hippie. de onde conclue-se o mais do que óbvio: a insatisfação está em mim e não nas pessoas que rolam. a diferença é que as pessoas podem ir indo embora ou eu trocando, enquanto que não posso me trocar nem ir embora de mim mesmo. com isso, perde quem me conhece. fazer o quê?
o que eu faço é tentar proteger as pessoas contando o máximo de mim no menor tempo possível. espero assim minimizar estragos, deixar todo mundo bem por dentro do que está rolando e do que vai rolar. mesmo eu fazendo tudo isso, sempre fica um mal estar. porque as coisas são engraçadas: se a gente não fala dos problemas e o outro descobre com o tempo, ele se sente frustrado por ter sido enganado. se a gente escancara e conta logo tudo e procura ficar o mais distante possível também dá rolo porque a pessoa não acredita que a gente possa ser tão danoso assim e se sente mal por estar sendo evitada ou ainda, em sua fantasia, por não estar conseguindo me fazer sair de uma decisão radical e imutável de não sair. ou seja: certo estava walden que foi viver na floresta. estar em sociedade é errar do princípio ao fim. e isso me cansa...

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu, B., te adoro desse jeito chato de ser. Por isso, 1/2 hora, 3x por semana é a meta. Começamos hj?
bjocas

Anônimo disse...

Eu, B., te adoro desse jeito chato de ser. Por isso, 1/2 hora, 3x por semana é a meta. Começamos hj?
bjocas