domingo, 11 de março de 2007

G. mora com um homem que cumpre todas as suas necessidades. ela precisa de um homem na cama ao seu lado, precisa do apoio sexual-emocional que ele proporciona, embora ela não seja plena. mas ela não será plena nem com aquele homem nem com dez ao mesmo tempo ou um de cada vez. não é ´lena porque não é plena e nunca será. entretanto, só a mim, via mecanismos de conversação, ela confessa sua inquietude, seu interior desesperado. e o que eu sou? nada. uma holograma.... uma ponta do universo virtual, um endereço que não existe, uma pessoa que diz apenas o que racionaliza.

quem conversa conosco e responde aos nossos anseios mais primários é um desconhecido que pode estar à beira da morte por um câncer terminal ou um pilantra que não tem mais o que fazer. não importa. são as letrinhas que vão aparecendo no monitor, as frases que acalentam nosso espírito em borrasca. não escapamos da sociedade em rede por mais amigos que tenhamos, por mais que procuremos nas sessões de cinema a distração barata, por mais que nos afundemos na literatura árdua, por mais que nos masturbemos no silêncio na banheira.

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