domingo, 15 de abril de 2007

Rito de Passagem




imagino que a gente saia de relacionamentos, por mais distanciados que sejam, da mesma maneira em que entra. é uma tolice achar que sair de um relacionamento é um rito de passagem. não é. rito de passagem é outra coisa: é viver. As horas são ritos de passagem. é você olhar uma coisa, uma experiência e conseguir ter uma visão distanciada do conjunto. avaliar o que foi tudo aquilo. reiventar-se é a palavra. reiventar a vida, olhar pra frente, desconsiderando se o tempo será breve (sempre é) e seguir em frente. não ter mágoa. a mágoa corrói. a vida passa. claro que a gente pode se irritar momentaneamente quando constata que, de onde menos espera, vem a tolice jeka, reducionista e ordinária, mas é sentimento de momento, que a gente conversa ou escreve um pouquinho pra se aliviar e pronto. passou. vira-se a página. viver não é um (não eterno) exercício de virar páginas? cada segundo, cada batida do coração pode ser o último. então, rapaz, viva enquanto pode. sem rancores, mágoas. viva enquanto a vida é bela, coloque cada pessoa no escaninho que ela deve estar - os escaninhos não se comunicam internamente - coloque cada situação num altar. olhe, se for de interesse, de vez em quando para esse acervo, mas não perca de vista que é passado. e não se fala do que passou. se eu acordar amanhã, aí sim, terei cumprido um rito de passagem.

Um comentário:

Tatiana disse...

Ainda não tinha visto como escaninhos, mas concordo com vc, que passado já foi, que serve unica e exclusivamente para nos lembrarmos da experiência.

Ritos de Passagem... não sei, chamaria mais de tempo para arrumar a alma.

bjusss