sexta-feira, 6 de abril de 2007

Rapinas, matronas e estagiárias


Cara S. "Obrigado pelas linhas do seu e.mail. De verdade, muito reconfortantes. Depois de 3 trocas de e.mail, muito bacana você entender essa história de como uma mulher pode tomar atitudes virulentas e marginais quando não atendidas suas expectativas e necessidades. Você me pergunta se eu não imaginava que isso pudesse acontecer, se eu não tenho nenhuma experiência nesse sentido. Talvez eu não tenha falado nisso aqui, mas tenho sim, já me aconteceu uma única vez, há mais de vinte anos atrás. - Foi uma situação semelhante e não igual a essa de agora. Aqui é diferente: com o motivo torpe de não aceitar que eu não desejasse satisfazer à sua sexualidade doentiamente estranha . Até porque no caso presente, existem outras histórias em paralelo, como uma incapacidade dela, palpável e recorrente de manter relacionamentos mais plenos, sabe-se lá porque motivos. Eu, tenho certeza, jamais saberei. Então, nessas bases, não tinha acontecido não. - Mas o que me aconteceu análogo foi numa situação diferente, quando eu morava com uma mulher que tinha uma formação diversa da de agora, um caráter sabidamente duvidoso. Já naquela época, eu duvidava, mas não tinha certeza se aconteceria algo, enquanto que agora, a surpresa foi total.


A situação final similar que me aconteceu há 20 anos atrás foi quando expliquei à uma certa C. que nosso relacionamento deveria terminar. Ela já sabia, é claro, que eu estava me apaixonando por P., mas não queria aceitar. Eu expliquei, na época, que também estava triste por as coisas acontecerem assim, que era um momento muito doloroso mesmo para nós dois, principalmente para ela, mas o que fazer? depois de mais de um mês de conversas, explicações, discussões, comecei a me dar conta de que nada adiantaria... como não adiantou. finalmente saí da casa onde morava, onde a vida tinha virado um pesadelo e fiquei com P. com sua inteligência, o frescor e a paixão. mas ali eu já sabia que a mulher balzaca adiantada, não aceita essas coisas de forma racional. e sempre trás à tona as distorções do seu caráter.


Eu sempre soube que as mulheres, ao dobrarem determinados cabos da linha do tempo, mudam, tornam-se animais irracionais. Basicamente, imagino que ferida sexualmente, nenhuma mulher à partir dos 35 anos, tenha dignidade para entender (salvo as muitas e honrosas excessões). Eu e a mulher com quem eu vivia trabalhávamos no mesmo emprego. Alguns dias depois de sumida, ela apareceu com algumas marcas roxas pelo corpo e rosto dizendo que eu tinha dado uma surra nela. Aquilo caiu como uma bomba! não se falava em outra coisa. Eu sabia que vinha chumbo e grosso, não imaginava de onde. Já naquela época, no trabalho, por meu próprio ofício além de um temperamento rígido eu era amado por uns e odiado por outros (muito mais odiado que que amado). Expliquei a verdadeira história toda e os que gostavam de mim acreditaram e a maioria não. Essa mancha pairou sobre mim durante anos até que C., convencida do sucesso da sua tática, diante de um novo fracasso de relacionamento, repetiu a farsa e aí sim, a coisa veio toda à tona e ela, desprezada por todos, transferiu-se para outra unidade onde está até hoje.


P., na época de toda essa confusão era estagiária e logo todos concluíram que, como tal, baseada no seu frescor da juventude, usara seus atributos para galgar alguma coisa às minhas custas. Mas, como dizia o estadista Collor de Mello, 'o tempo é senhor da razão', a coisa evoluiu da maneira como era mesmo provável: formada, P. arranjou emprego onde ganhava bem (mais do que eu), nossa união continuou estável, nos casamos legalmente e tivemos uma vida normal, constante, tivemos um filho e por assim foi durante anos. Mas a vida não é perfeita nem estática e outras situações, outros movimentos do destino fizeram com que nos separássemos muitos anos depois.


E aqui um parêntesis para as estagiárias: as mulheres de 40 anos vêem nas estagiárias uma ameaça potencial, acreditando firmemente que elas usarão o frescor de suas peles que ainda não necessitam de tratamentos com cremes, nem mesmo de perfumes para que sejam viçosas, alegres e interessantes, que elas usarão a sua juventude para conquistar homens mais velhos (que seriam velhos babões diante de ninfetas rs). Isso é um pensamento tosco, primário, falso, eivado de maledicência, é puro ódio contido no coração das mulheres que já não têem nada a oferecer. Reconheço que o advento dos estágios, coloca as meninas numa situação nova, numa espécie de RITO DE PASSAGEM e que elas atraem e são atraentes sim. Não acredito que todas sejam putinhas que se aproveitam da elasticidade viva dos seus sexos frescos para conquistarem alguma coisa. Nem que os homens todos sejam tão idiotas, embora a literatura universal reproduzindo a vida, trate de inúmeros casos semelhatentes. E como uma brincadeira séria, nelson rodrigues, num rasgo de ousadia contemporânea, escreveu que "toda mulher deveria ter 14 anos". Da mesma forma que Tom disse: "todo mundo deveria morar em Ipanema". Enfim, é preciso contextualizar... Mas que rola um preconceito, isso rola sim. (Israel Pedrosa diz que o macho encontra a fêmea jovem pelo olhar e Darwin dizia que é pelo cheiro)


Se me perguntassem com quem eu gostaria de me relacionar, por faixas etárias, eu não hesitaria em afirmar que procuro pessoas da minha faixa etária. Não tenho tenhuma tara (rs) por mulheres muito mais velhas nem muito mais novas. Faria apenas a ressalva de que, em qualquer situação, é necessário que a mulher exerça sobre mim a atração necessária. Não havendo essa atração, reafirmo que o sexo é irrelevante para mim. Se me perguntassem ainda se a questão das juventude extrema, das estagiárias no caso contextualizado, atraem eu diria ainda que, em muitos casos sim e em outros tantos não. Se elas têm mais chances? diria que, tecnicamente sim, embora também ache isso irrelevante na maioria dos casos. Em oito relacionamentos com pessoas em ambiente de trabalho, 2 foram com estagiárias muito abaixo na minha idade e seis foram com pessoas que regulavam comigo em idade. Acredito, que estatísticamente, está tudo explicado.


Então, amiga do e.mail, agora que o tempo passou muito e caminho a passos largos para uma idade mais provecta, insisto em repetir que a coisa que hoje mais me seduz é a paz. Tenho o olhar atraído pela estagiária que me cativa diariamente? Sim, tenho. Mas o que eu desejo é outra coisa, é a perspectiva da tranqüilidade, da paz. Do carinho da mulher amada, seja ela da idade que for! E, como disse, ainda me surpreendo ligeiramente ao assistir a crises, rompantes, quando mulheres deixam de lado uma certa educação básica, 'de berço' e uma formação porsterior mais acadêmica ou intelectual e rolam da lama de um mundanismo verborrágico equivalente à de pessoas que, insisto, por esse ou aquele motivo são desprovidas de caráter, que no fim das contas, para mim é o atributo maior.

beijos G

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