quarta-feira, 28 de março de 2007

O meu amor e a sociedade em rede

tem essa coisa muito bacana das pessoas que gostam realmente de mim e perguntam porque estou escrevendo menos. eu fico pensando.... caramba! são tantos motivos... claro que tem o fórum pra discussão de novas tecnologias do yahoo, tem o compromisso assumido com o pessoal da wikipédia, mas isso é parte da coisa.
tenho me sentido na obrigação de usar meus cadernos manuscritos, minhas idéias gerais no word por conta de uma certa instabilidade que minha inconsistência psicológica pode disseminar na rede. claro que não me pretendo nenhum furacão, nenhuma explosão de novas idéias nem nada parecido. seria patético. areia demais para o meu caminhão...rs.
por outro lado, acontece que eu tenho tido comprovações mais do que freqüentes (que até me surpreendem!) de que uma certa freqüência de opiniões disseminadas no menos lido dos blogs, por exemplo, podem, pouco à pouco, gerar, se por um lado elogios daqueles mais distantes, uma angústia inexplicável nos mais presentes.

realmente não falo de nenhuma pessoa em particular, mas de um grupo, uma pequena tribo que, bombardeada regularmente por um meio efêmero como a internet, pode se influenciar não pelo que esse conteúdo tem de bom, engraçado e despretencioso, mas por uma certa amargura que, fugindo ao meu controle, se espalha como pandemia pela facilidade de acesso. uma pessoa mais, por questões eminentente circunstanciais, outra nem tanto, muitas vezes por tentar agregar à si mesmas opiniões outras... enfim, trata-se de um meio extremamente sensível esse que, mesmo não percebido, é a sociedade em rede.

falando assim, cheira muito a pretensão, idéia absurda no nascedouro, de que uma determinada opinião particular ou linha de raciocínio possa, da mais remota forma, influenciar alguém. não é nada disso. muito longe disso. trata-se apenas de imaginar possibilidades. por ser tão novo, o meio virtual não tem nenhuma regra e muito menos nenhuma pesquisa consistente que indique esse ou aquele resultado. não tem! existem pesquisas sim, mas elas ainda são vagas, não se sustentam. o que temos, são teóricos, eventualmente bem intecionados, dissertando sobre alguma coisa próxima da invenção da roda. eu não estou entre eles. sou matérial banal a ser pesquisada.

escrevo agora algo muito propício à má interpretação. a se considerar que estou dizendo que, de alguma maneira, interfiro nas pessoas. não é isso! por favor! antes, penso não exatamente no que escrevo, mas na massa de escritos que vagueiam no espaço virtual e formam uma espécie de inconsciente coletivo. antes de mais nada, eu não sou eu, eu sou coletivo. exatamente por ser coletivo, ouso propor um pensamento sobre a individualidade extrema que, somada ao todo, pode, eventualmente, ter voz. pode ser que sim e pode ser que não. estou apenas pensando alto.

só que, através de textos, áudios ou imagens, pensar alto na internet, na sociedade em rede, representa, antes de mais nada, agregar informações, ensejar análises, repensar o 'cada um'... às vezes, delirante, imagino que jung atirou no que viu, mas acertou no que não viu. ou seja: a idéia de inconsciente coletivo me parece perfeita, mas deslocada no tempo e no espaço. eu ousaria até a propor um pensamento de que a idéia de inconsciente coletivo é perfeita, mas ela só veio a se dar de fato, agora, só encontrou berço e humanidade numa sociedade em rede.

claro que tudo o que escrevo é à princípio leviano, não por má fé, mas por tratar de terreno de especulações e hipóteses, jamais em constatações estatísticas de realidade (outra coisa a se repensar). mas tenho que usar algum parâmetro e o que tenho ao alcance é o da estatística presencial. esse, aqui na internet realmente, acredito, ninguém ainda domina totalmente. atento apenas para o paradoxo de um pensamento , que trata de de um inconsciente coletivo, numa sociedade em rede e, portanto, virtual. afinal, o que seria um inconsciente coletivo separado do conceito (tão propício) da virtualidade?

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