terça-feira, 13 de março de 2007

o silêncio dos inocentes

a direção ignorou minha proposta para o documentário sobre baudrillard. primeiro disse que não tinha entendido, depois ignorou. acho bom mesmo que ignorem porque assim me rende uma história (e o documentário, se eu não morrer, posso fazer depois). é que sempre, em outras gestões, existiu o espaço para alguns criadores da casa produzirem seus documentários, sempre exibidos em horário nobre às sextas feiras. chamávamos de sexta independente, ou sexta especial. parece que esse nome fantasia ainda está na grade de programação, mas o que se vê são apenas enlatados, ainda que se chame de enlatado um produção medíocre do nordeste por exemplo, seguindo a eterna lenga lenga de dar voz ao menos favorecido, ao excluído, etc. - que na verdade, traduz-se simplesmente assim: dar mídia aos que não sabem fazer.

mas essa história é apenas a minha historinha, jeka mesmo se comparada ao todo. lula/chavez/morales trouxe ao governo o retrocesso absoluto da área cultural e de segurança. converso com gente minha conhecida e a história é sempre a mesma. em todos os órgão federais acontece a mesma coisa: um aparelhamento de estado, uma coisa totalitária que censura com a demissão e perseguição a quem quer que se manifeste contrariamente - e o grave é que isso é sempre com o aval dos intelectuais e acadêmicos que silenciam ou ficam com suas teses menores sobre uma certa necessidade de um trabalho feito a longo prazo. Ora bolas! Aliás, é ótimo o artigo do jabour hoje no globo.

lula/chavez implantou uma ditadura (sistema) maior do que a de goebbels porque jogou a população nas trevas não por uma censura direta, de lápis vermelho. fez pior, trouxe para si a inteligência e a academia que, sabidamente, deveriam ser a voz do povo. porque em qualquer lugar do mundo, qualquer um mesmo, sem exceção!, os intelectuais dão voz ao povo, não é verdade? com esses mesmos intelectuais trancados num sistema auto-ilusório, a sociedade pára de pensar e nas universidades abundam doutores com suas teses rocambolescas, lidos por seus pares, outra meia dúzia de párias que, quando instados a proferir uma sentença em público, vêm sempre com o discurso de que o país está andando e que o processo de educação do povo (fundamental) é lento assim mesmo. não falam em matar bandidos, falam em melhorar ar bases.

essa balela vai levar, no mínimo oito anos (porque o lula ainda vai tentar dar o golpe do terceiro mandato ou de fazer um sucessor trotskysta). então ficam falando na longa noite que se abateu no brasil com a ditadura militar. um estudo raso da história mostra exatamente o contrário: havia uma ditadura de lápis vermelho com o uso da prisão e da tortura (calma! capítulo à parte), mas nunca o país fervilhou tanto culturalmente... aliás, os grandes movimentos culturais contemporâneos aconteceram exatamente durante o governo militar. Ou não?

enfim, é um debate que não tenho erudição bastante para levar adiante, restando-me apenas escrever por aqui, dessa forma prosaica, pobre e carente de títulos. falo aqui para cinquenta pessoas lerem, ou seja: nada.
e o deprimente é que o jabour, por exemplo, tem mídia, escreve para milhões, mas como é uma voz solitária, seu discurso perde-se no vazio do stanilismo vigente. como exemplifica muito bem o jabour (para não alongar isso aqui), o nazismo era muito mais coerente, organizado e diligente ao colocar em prática o seu ideário (que não está em julgamento absolutamente aqui, falo de coerência!).

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