quinta-feira, 15 de março de 2007

tava lembrando ainda há pouco da minha história com M. foi mais uma dessas histórias que vão rolando na vida da gente. a gente se conheceu na internet. ela era no interior de são paulo, mas já morava no rio. tinha acabado de comprar um apartamento na flamengo com uma vista maravilhosa.

saímos algumas vezes, tomávamos muita cerveja (que ela adora até hoje) e algumas vezes ficamos na varanda do seu apartamento apreciando a baía de guanabara e o cristo iluminado. é uma vista muito bonita mesmo. M. ficasva exultante em ver, acha o rio o lugar mais maravilhoso do mundo e tinha medo de perder o emprego aqui e ter que voltar para o interior de são paulo.

hoje em dia, depois de formada e cursos suplementares ela fez concurso para o estado e passou em primeiro lugar. ela exultou em saber que poderia morar no rio para sempre. ela era casada com um médico em uma cidadezinha e começou a freqüentar muito a internet, criando em pouco tempo uma rede considerável de amigos virtuais.

adora a virtualidade. gosta muito de sair também para tomar cerveja ou tomar essa cerveja em casa, em frente ao computador. estivemos um tempo relativamente juntos, dentro das nossas limitações de tempo, horários... tudo em função dos nossos trabalhos. dormi algumas vezes com ela.

depois passou. uma série de coisas que realmente eu não me lembro, foram nos afastando. eu ficava ali olhando, conversando com ela e me perguntando como podíamos ter estado tão próximos e agora tão distantes. o que faz as pessoas, de repente, se afasrem? acontece alguma coisa. o que eu não tenho certeza é se devemos nos afastar quando as coisas diminuem. porque a vida é como um pulmão, um coração... estamos pulsando, expandindo e retraindo.

acredito sinceramente que os casais mais antigos em que mantinham suas relações estáveis, apesar de um desejo menor, apesar de, eventualmente, traírem um ao outro, ainda assim sentíam-se, por dentro e nas suas vidas, mais equilibrados. não tenho certeza nenhuma se acho realmente isso, ou melhor, se isso é válido.

paramos de nos ver há muitos anos embora conversemos regularmente pelo msn.
a ana aconteceu ainda bem antes. na internet também. ela é física, estava terminando o mestrado. vivia num laboratório às voltas com experiências de uma certa ativação, por velocidade, de átomos ou sei lá eu o quê.

na verdade nunca tivemos nada a ver com o outro. era mesmo para passar o tempo. depois ela precisou fazer doutorado e foi em frente. fazia pesquisas também via cnpq. acho que ela era/é bastante desequilibrada mental. vive um mundo todo próprio, exato, e se irritava muito quando eu a provocava dizendo que era um absurdo ela, uma cientista, freqüentar a igreja católica.

há uns meses ela me escrever, que estava no reino unido terminando o pós-doutorado. o que faz um pós doutor em física? não consigo imaginar. de qualquer forma, sempre achei ela ignorante. ela não sabe ler nem escrever. seu mundo é o das equações matemáticas, quânticas. e consegue conviver com todo esse universo das exatas e ser uma católica praticante (o que para mim, é inconcebível). nunca mais a vi.

e assim vai. hoje em dia continuo na internet, mas pouco a pouco me interesso menos pelos sites de relacionamentos. trato apenas dos blogs porque concluo que através deles podemos agregar ao nosso redor pessoas mais interessadas no debate de idéias e não o velho pensamento de fazer da internet um passaporte para um nomoro regular. não sei...

Um comentário:

Anônimo disse...

Interessante que depois do e-mail, a primeira coisa que me chamou atenção na net foram os sites de relacionamento. Sempre trabalhei muito e saí pouco, daí fiz da net o meu barzinho e me dei bem, afinal não bebo. Hoje me vejo entre um namorado e outro colocando perfil em site de relacionamento... risos. No entanto quem vira amigo, de passear, papear, acaba sendo a galera que não conheço por lá... Doido né?!